Na conclusão do curso de graduação (2009), eu apresentei uma proposta de biblioteca municipal para a cidade de Londrina – PR. Esta proposta discutiu a contribuição que a arquitetura pode oferecer para a organização e praticidade de uma função programática social juntamente com o seu potencial de tornar essa função agradável e simbólica para a sociedade. Em outras palavras, a temática desenvolvida explicitou uma maneira pela qual as características do edifício podem facilitar o desenvolvimento de sua função, ao mesmo tempo em que podem torná-lo representativo para os seus usuários, proporcionando-lhes uma experiência gratificante e prazerosa.

Para a implantação desta proposta, foi escolhido um terreno localizado no coração da cidade, uma localização que tira partido da facilidade de acesso para os usuários, que virão de toda Londrina, e da legislação, que já contempla edifícios com essas características. Esse terreno, que totaliza 12067,27 m² de área e é voltado para a frente do Terminal Circular Urbano, se constitui por toda uma quadra do centro histórico e apresenta uma topografia que decresce acentuadamente em direção aos fundos.

A proposta começou com a ocupação do terreno, em que metade será destinada a um parque urbano e a outra será ocupada pela biblioteca. O edifício propriamente dito convida para si o contexto urbano tanto fisicamente, como funcionalmente. Além de oferecer espaços de atividades variadas ao nível do pedestre, sua implantação reserva áreas pavimentadas e ajardinadas que proporcionam a apropriação pela população e promovem um conforto visual para a sua contemplação, em contrapartida ao entorno densamente edificado. A composição volumétrica leva em consideração o acolhimento do usuário, pela formação de um pátio de honra clássico na fachada frontal, e pela integração com todas as faces do terreno.

A linguagem arquitetônica adotada foi inspirada no estilo Neobarroco francês. Esse era um estilo comumente utilizado em edifícios com funções de lazer e entretenimento no período Eclético; e foi aplicado aqui para proporcionar à biblioteca uma atmosfera de alegria e bem estar, que se contrapõe à ideia negativa de que as bibliotecas sempre são espaços frios e austeros.